quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Só porque Eurídice dorme e eu não sei se ela vai acordar.
Justo hoje em que o sol saiu tão cedo e macio que a noite nem sentiu.
Justo hoje em que o sol somente fez cócegas e o mar está rindo até agora.
O mar se desmanchou de tanto rir.
(não sabe se ri ou se chora)
Justo hoje em que ouvi o mar assim, e
Pensei até que valia a pena sorrir vez em quando, aí você não acordou.
Você não me viu sorrir.
Justo hoje você não acordou.
Justo hoje.
Não é justo coisa nenhuma.
(Renata Santana)
sábado, 26 de setembro de 2009
Nós Pós recebe homenagem da UBE (como assim?)
Faltando alguns dias para completar dois anos de criado, o grupo Nós Pós - Português Suave recebeu uma homenagem, nessa última sexta (25), na Livraria Cultura, por iniciativa da União Brasileira de Escritores - seção Pernambuco, em virtude dos trabalhos realizados em benefício da literatura contemporânea em Pernambuco. O evento faz parte do projeto "A Cultura e a Arte em Pernambuco" coordenado pelo escritor Cássio Cavalcante.
O rótulo do Nós Pós como algo independente (além de recente) fez essa aproximação entre Nós Pós e UBE parecer, para muitos, estranha (como assim?).
Eu acho que esse reconhecimento é mais uma comprovação do boom de novos escritores que surgiu desde que o grupo começou os seus trabalhos, há quase dois anos, com a proposta de reunir escritores antigos e (caçar) novos para apresentações publicas, com local definido e periodicidade regular, dando fôlego e movimento à produção literária da nossa estimada Região Metropolitana.
Ai, e como eu adooooooro a palavra movimento. Mo-vi-men-to. Todo mundo percebe um corpo em movimento. Até aquele que não quer vê percebe os vultos e os impactos de um movimento.
Acho cafona quem confunde movimento com vanguarda. E Acho o cafonalha do cafonalha quem explora o conceito de ineditismo para apontar se algo é realmente bom ou não.
A academia, os criticos e seus óculos parafusados, às vezes parecem estar sempre buscando a tão sonhada vanguarda. Sim, vanguarda e ineditismo nos dias de hoje dessa nossa hiper super mega ultra sociedade híbrida. tsc tsc..
Quando fui convidada pelo Nós Pós para falar sobre essa literatura contemporânea no evento de sexta eu aceitei porque sinto que faço parte desse movimento. Mo-vi-men-to. Movimento que gera. Geração.
Mas ainda há pessoas que preferem passar o resto de suas vidas congelando num auditório discutindo, eternamente discutindo a eterna Semana de 22.
...
Gostaria de parabenizar ao Nós Pós pela homenagem recebida, bem como à UBE e ao escritor Johnny Martins, também presente no evento.
Quero crer que a cidade está começando a perceber o chocalho que leva amarrado na canela
(será que ela mexe o chocalho ou chocalho é que mexe com ela?)
Fotos: Pedro Rodrigues - Vetor Cultural
(Esq. para direita) Cássio C. , Johnny M. e Renata S.
(Esq. para direita) Alexandre M. e Danuza M.
(Renata Santana)
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Barba azul, sim! E não me venham com Zé Mayer...
Aliás,
Eu prefiro ser ingênua para cair na maior pala mitológica de toda história da humanidade do que assistir a novela das oito e ir dormir sonhando com o José Mayer.
Vou confessar,
(rapaz, eu acho que ando confessando muita coisa aqui...),
Claro.
Tem uma época na vida da mulher que ela ainda tem ovos, digo, tem paciência pra esperar a tal criatura principesca montada num cavalo branco.
(Se bem que na minha infância eu cheguei a esperar somente o cavalo, no caso, o Cavalo de Fogo – que foi um dos meus primeiros desejos de consumo - mas isso é outra história...hihi).
Pois bem. Pois muito bem.
Quando a mulher é mais nova ela ainda não tem faro apurado para perceber o aroma da ameaça que se esconde capciosamente na persona do sexo oposto.
Como raramente se percebe os defeitos, logo se cria a idéia de perfeição.
Não, senhores, não é preciso que a mulher ande armada para lutar contra as ameaças (qualquer pessoa armada é um saco!), mas é preciso que ela aprenda a ouvir sua intuição e a farejar para saber onde está colocando o pezinho, os dois pezinhos, e principalmente, saber retira-los na hora mais propícia.
A barba azul pode ser a característica mais estampada, mais na cara, mas os olhos da inocência a enxergam?
Que nada.
Naquele sorriso, naquela frase feita, tudo é mágico e eterno e camarão ao alho e óleo por R$19,90...
(Porém, você não tem como negar que a barba esteve lá o tempo todo!)
Porque as irmãs mais velhas não se casaram com o Barba Azul?
Porque logo enxergaram que aquele homem estranho e solitário que reside num castelo é, no mínimo, um problemático, e de imediato elas picaram suas mulinhas. Não deram conversa.
A irmã mais nova se ilude. Mas se ilude liindo.
Não fareja, e por isso, vai logo casando com o predador.
Pois eu vou dizer.
Eu ainda prefiro o Barba Azul ao Zé Mayer.
Depois que a nova novela da rede Globo estreou e nos deparamos com mais um personagem “irresistível” vivido pelo ator na televisão o twitter bombou (e ainda está bombando!) de piadas e uma galhofagem sem fim sobre o assunto.
Eu pensei: Ufa! Não sou a única tele-expectadora gaiato-crítica!
Mas o que mais me irrita, Rita, é a pretensão com que essas produções têm de tentar, eu disse teeentar, fazer um “pacote do homem-perfeito”. É como se todas as mulheres fossem iguais, logo, desejam o mesmo ideal de homem. Suspiram por um conceito assim assado.
Falácia.
Por isso que eu prefiro o Barba Azul.
Este antológico personagem nos da à possibilidade de desconfiar, de perceber a imperfeição.
A barba está lá, azul, cintilando sob o sol.
Ela não mostra tudo, claro, mas também não escamoteia tudo!
Perfeito-perfeito, um pacote (uma nécessaire, pra ficar mais elegante) de itens que o homem deve ter para que você o considere “perfeito” só mesmo no Projac.
E é exatamente por isso que ele parece plástico demais.
Que nós, Teresinhas de Jesus (de uma queda / foi ao chão...), possamos farejar entre Barbas azuis e Zé Mayers dohorárionobre,
Sem deixarmos que construções deveras simplistas injetem na sociedade a idéia consensual do cavalheiro para quem Teresas gostam de dar a mão.
A minha Teresinha fareja e eu prefiro mil vezes a honestidade à perfeição,
Eu prefiro o Barba Azul.
(Renata Santana)
terça-feira, 22 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
A Céu é das Olindas!
Vestida num, num, nuuum, vejamos...
...em uma espécie de macaquito-saia, minúsculo, com suspensórios cor verde limão ela subiu ao palco.
A roupa além de "nada com nada" era minúscula e teve gente que quase foi ao delírio jurando que, por um instante, viu a calcinha da moça.
Vou dizer:
Bia disse que viu!
(Disse que era colorida).
E Bia também disse que pegava liindo a Céu.
Ta booom, confeeesso,
eu também disse que pegava. Pronto!
Durante o show,
procurando mais adjetivos para a moça e me deparando com a sua já conhecida aversão a crooner, na verdade, a sua declarada anti-postura a figura da "diva" no palco, eu
olhei pra ela e a impressão mais sincera que me veio foi:
A Céu é das Olindas!
Em um repertório novo com ainda mais referências ao reggae (só faltou dizer à platéia, - fiquem na paz de Jah..), a moça de jeitinho leve, corpinho leve, poucas palavras, dança num ritmo auto-reggae desengonçado.
Parecia estar ali num círculo de amigos, cantando e dançando.
Dançando descompromissadamente, sem rigor, saindo do ritmo.
Falava com a platéia sem aquela dicção formal de quem fala em/ao público.
Nada disso. Falava como quem dizia, - Pessoal, a cerveja acabou, comprem gelo...
Pois é. A nossa cantora-revelação da "moderna" MPB, bastante popular no exterior, parecia estar numa rodinha reggae, parecia tomar umas no Bar de Aloma, parecia tomar a saidera com os amigos no Xinxin da Baiana e, no fim da noite, ir pegar aquele velho Rio Doce/CDU...
Para cantar a canção "Bubuia", do novo álbum, o "Vagarosa", Céu nos conta que essa palavra-título denomina aquela espuminha que fica por cima da onda do mar. Daí a espressão "vai na bubuia".
Pois bem. Céu é a própria Bubuia.
E não tem coisa mais Olinda do que uma Bubuia, tem?!
Bubuia - Céu (Letra)
"já que não estamos aqui só a passeiojá que a vida enfim, não há recreio
subo o rio no contrafluxoà margem da loucuraa fé que a vida após a morte, continua
(Renata Santana)
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Toc toc toc, Inferno Astral...
É uma troca.
;)
(Renata Santana)